terça-feira, 17 de maio de 2011

O Reino de Deus aqui e agora


José Eduardo A. Carvalho*

Em um post anterior, eu comentava sobre uma citação de J.C. Ryle, que dizia que nosso amor pelo reino deveria aumentar dia a dia.

Pode ser que alguns tenham entendido que falava de uma vida "chata", "santarrona", cheia de "não pode".

Creio que não seja isso.

Ontem estive entre as praias de Charitas e São Francisco, aqui em Niterói (RJ), e pensei sobre isso. Olhei aquela enseada espetacular  (a foto do post é antiga, mas dá uma noção) e conversei com meus botões: - Amar isso aqui é amar o Reino.

Sim. Apesar de sabermos que o mundo jaz no maligno, não podemos nos esquecer que o criador não foi ele. A criação é uma obra estupenda de Deus, para mostrar a Sua glória e para que pudéssemos viver em um lugar perfeito.

Quando eu amo mais observar a criação do que correr atrás de coisas materiais, creio que estou aumentado meu amor por Deus e Seu reino.

Quando amo mais passar tempo com minha família, com as pessoas, do que gastar meu tempo fazendo "alianças" políticas, em reuniões "sociais" com o objetivo de me "posicionar", eu creio que estou amando o reino. E esse tipo de reunião não acontece só no "mundo". Se não tomarmos cuidado, estamos dentro da igreja nas mesmas reuniões.

Vivemos em um mundo de correria e somos puxados para ações e pensamentos que estão longe de priorizar o reino. Quando a gente diminui o ritmo e olha ao redor, percebe que o reino está para todo o lado, disponível a todos nós que já entendemos quem somos e para onde vamos.

Sua família, seus amigos - quer possam te ajudar "socialmente" ou não - sua igreja, uma praia, um lago, o céu, uma caminhada para respirar e pensar na vida. Para mim, tudo isso é reino. Priorizar isso é priorizar o reino.

Porque Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo. (Sl 19:1-4)

Estamos no meio de um culto constante. Só precisamos parar para ouvir e participar.
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*José Eduardo é autor do Blog Coração de Carne e é também um verdadeiro pastor e um verdadeiro amigo. (coracaodecarne.blogspot.com)


Tudo para Cristo

Muito desafiador o que Paul Washer nos diz nesse vídeo abaixo. Fui profudamente tocado e constrangido pelo Senhor na manhã de hoje pelo vídeo e desejo compartilhar aqui no Blog, pois creio que seja muito relevante para todos nós.


Deus nos ajude no desafio de valorizar as coisas que DEVEM ser importante para nós.

Em Cristo,

Roberto de Assis
Twitter: @igrejamissional
Email: igrejamissional@gmail.com

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A Palavra se tornou gente, e veio para a Vizinhança

"E a Palavra se tornou gente, e veio para a vizinhança"
Jo. 1-14

Creio que um dos maiores desafios para a igreja de nossos dias seja a vivência de seu caráter encarnacional e contextual. É como se existisse um abismo a separar prática bíblica de vida contextual, integrada com nossos tempos.

É interessante refletir no que nos ensina o maravilhoso texto de João sobre a encarnação do Verbo de Deus.
A missão de Jesus inicia com contextualização. Ele VEIO para a nossa realidade, num tempo e cultura específicos. Com o contexto social, cultural e político daquele tempo, Jesus iniciou seu ministério apregoando vida numa cultura religiosa engessada pelo tradicionalismo e declarando o estabelecimento do Reino de Deus.

Em suas pregações, Jesus se assemelhava muito mais à um poeta do que um orador; seus sermões estavam recheados de histórias plenas de sentido para seus ouvintes e, sua vida social era partilhada por todos que o cercavam.

Mas e a igreja, hoje? Quais as razões que nos tornam cada dia mais divorciados da cultura, do contexto que nos cerca e, consequentemente, das pessoas que nos rodeiam?

Se por um lado não podemos permitir que a santidade da igreja seja maculada pelo mundanismo, por outro, não podemos deixar de tocar o mundo com a mensagem que nos cabe.
Devemos manifestar o Reino de Deus hoje. Expressar nossa confissão de Fé na praticidade de cada dia. Proclamar as virtudes de Cristo com nossas atitudes é uma necessidade urgente e real para todo crente que pretende ser relevante nos dias atuais.

Está na hora do nosso discurso "encarnar" e habitar na vizinhança, de maneira que o Evangelho, que é PODER de Deus para salvação, se espalhe através de nós.

Precisamos expressar mais a nossa Redenção e menos religião.

Abaixo, um vídeo de Mark Driscoll, pastor da Mars Hill Church em Seatle, onde ele fala um pouco sobre a diferença do cristianismo bíblico (que deve ser ensinado) e do cristianismo religioso:



Em Cristo,

Roberto de Assis
Twitter: @igrejamissional

Igreja Missional em 2 minutos

O vídeo que você vai ver abaixo, nos ajuda a obter um entendimento (ainda que panorâmico) sobre o que é a igreja missional, seu valor e relevância para nossos dias.




Em Cristo,

Roberto de Assis
Twitter: @igrejamissional

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A Gramática da Cidade


No último final de semana aconteceu um evento na minha igreja, em Niterói, muito bom: Palavra Afiada.
Contamos com a participação do Pastor Ziel Machado que, além de grande sujeito, nos enriqueceu muito com suas palestras.

Algo marcante para mim, foi o uso da expressão "gramática da cidade" por ele utilizado. Segundo Ziel, a igreja conhece, se identifica e vive (ou deveria) a "gramática do Reino de Deus", porém, discernir a gramática do entorno é fundamental para que a mensagem do Reino seja transmitida dentro desse cenário urbano.

Zygmunt Bauman, possivelmente um dos maiores pensadores sociais de nossos dias, nos traz grandes reflexões sobre o contexto das cidades, em seu livro Confiança e Medo na Cidade.
Para ele, é necessário entender em que contexto a cidade contemporânea está inserida. Uma cidade democrática, onde as relações interpessoais sejam também consideradas no planejamento e na gestão urbana, é a ênfase do autor. Para Bauman, as contradições das cidades provocam a sensação de medo e por conta disso, as pessoas buscam e pegam caro por "falsas sensações de segurança". 
Mas, Bauman, deseja promover o debate sobre espaço urbano enquanto política de gestão participativa e democrática, e quanto a nós?

Não precisamos ser cientistas sociais para diagnosticarmos o contexto do entorno da igreja. Precisamos apenas entender de que modo a mensagem do Evangelho - que lança fora o medo e que promove confiança inabalável - pode ser apresentada nesta geração, neste contexto social.

Conhecer a cidade, interagir com ela, reconhecer seus traços culturais, seus modismos vazios ou novidades relevantes são caminhos inevitáveis para todo aquele que deseja ser um missionário de Jesus no cotidiano.

Cumpri-nos conhecer a Bíblia. É fato que necessitamos buscar a face de Deus na intimidade da oração reverente. Mas olhar "para fora" dos nossos muros religiosos e de nossa "umbigologia" também é fundamental. Isso, se desejarmos ser um povo relevante. Isso, se quisermos ser uma Igreja Missional.

Em Cristo,

Roberto de Assis.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pequenos Grupos Missionais

Durante os últimos anos a implementação de pequenos grupos nas igrejas foi dificultada pelo fantasma do G12 em nossa nação.

O Movimento G12 tem gerado grandes discussões no meio evangélico brasileiro, devido à sua conotação neo-pentecostal. Bem recebido e implantado por algumas igrejas e totalmente rejeitado em outras.

A principal crítica ao movimento é com relação às doutrinas que os opositores alegam estar 'embutidas' no G12. Muitas dessas doutrinas não são aceitas pelas denominações tradicionais e pentecostais clássicas, tais como: batalha espiritual, quebra de maldições, cobertura espiritual, atos proféticos, cura interior, etc. Há algumas críticas também pelo fato de haver uma suposta sessão de regressão na qual o participante do encontro faz o seu "renascimento".

Algumas igrejas, tentando fugir do "rótulo G12" suprimiram os pequenos grupos existentes ou fizeram grandes (e na maioria dos casos infelizes) alterações na nomeclatura e estrutura dos encontros, tornando Pequenos Grupos em pequenas reproduções dos cultos dominicais, onde há música, pregação, muitos amigos (os mesmos amigos da igreja) e comunhão.

De fato, é impressionante o poder de unir pessoas e fortalecer vínculos que os Pequenos Grupos possuem. E, certamente, é muito importante que exista esse espaço nas igrejas, já que tantas vezes não conseguimos estabelecer esses relacionamentos de amizade e comunhão apenas nos encontros dominicais.

Porém, um aspecto muito importante tem sido deixado de lado nesse formato: evangelismo através da amizade.
Pequenos Grupos têm o potencial de serem portas abertas de nossas igrejas dentro da cidade. Espalhados pelos bairros, se utilizando de salas nas universidades, escolas, restaurantes ... espaços para se falar da fé, do evangelho, fazer novos amigos e ver o Reino de Deus avançando por nossas cidades.

Precisamos implementar metodologias mais leves e agregadoras, voltada não apenas para os de dentro, mas também para os de fora.

Em outro post pretendo falar um pouco mais sobre formatos de pequenos grupos missionais.

Em Cristo,

Roberto de Assis